quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Vereadores de Luziânia em Ação: Cassiana Tormin

Continuando com a nossa série de entrevistas com os vereadores de Luziânia, hoje apresentamos a conversa que tivemos com a vereadora Cassiana Tormin (PT). Nessa conversa nós podemos saber como ela avalia seus primeiros meses de mandato como vereadora. Suas declarações mostram muito do que ela acha dos primeiros meses na câmara municipal de Luziânia e as alegrias e desafios da vereança. Acompanhe a entrevista.

LV: Como você avalia o seu primeiro mandato de vereadora e os seis primeiros meses de atuação na câmara de Luziânia?

Cassiana Tormin: Em primeiro lugar posso dizer que esses seis primeiros meses de mandato foram de aprendizado, de adaptação, de posicionamento, como eu sou vereadora de primeiro mandato eu estou conhecendo como funciona a engrenagem política, conhecendo a realidade da câmara, a posição dos demais vereadores, porque eu acho que como vereadora de oposição a minha atuação depende muito da situação política, digamos assim. As pessoas que votaram em mim esperam que eu contraproponha, em todo governo você têm a situação e a oposição, a situação é paga, digamos assim, para defender o governo, para votar o que o prefeito que, suas orientações enfim, e como nós viamos aqui de uma legislatura passada sem vereador de oposição, eu entrei com essa responsabilidade de contrapor nas discussões, apresentar as criticas, os questionamentos, e eu acho que isso eu tenho feito bem, é claro que tem algumas pessoas que ainda vem e dizem que 'há você tá muito boazinha, tem que ser mais agressiva', mais eu tenho o meu estilo que não posso abrir mão, mas acho que para avaliar de uma forma mais sintética foi bom. Tivemos projetos importantes como o plano de cargos e salários, eu acho que foi muito bom o debate que a gente travou, apesar de infelizmente nós termos uma mobilização pequena dos servidores pois poderia ter sido maior, mais que acompanhou no plenário percebeu que a gente conseguiu não só apresentar as emendas mais mostrar também os retrocessos, na minha opinião, que houve, e que se não tivesse oposição como nos anos passados, passaria em branco muitas coisas. Eu trouxe o debate da licença maternidade que infelizmente é um assunto que a respeito das servidoras públicas municipais é da alçada do prefeito, então eu pude apenas fazer uma indicação para que o prefeito tomasse a iniciativa de estender a licença às servidoras municipais grávidas, mais ainda não o fez, mas nós conseguimos essa licença para as servidoras da câmara e eu acho que já é um passo, pois pode provocar no executivo essa mesma lei. Fiz vários requerimentos pros bairros de interesse diversos como o asfalto, sinalização de trânsito, questão da água, fiz alguns pedidos de informações sobre obras, servidores, como é o caso dos agentes de saúde, esses pedidos de informações foram a partir de reclamações das pessoas. Alguns projetos eu fui derrotada como o projeto que criava a meia entrada para professores. Outra derrota que eu achei assim lamentável foi o projeto que prevê a colocação de placas em todas as obras públicas, visando a transparência na aplicação dos recursos, eu acho que foi uma frustração muito grande enquanto política, enquanto cidadã porque eu acho que muitas vezes essa diferença entre oposição e situação acaba é prejudicando, eu fui voto vencido, não tive nenhum voto a favor desse projeto que eu acho que é uma coisa de consenso na sociedade que é aumentar a transparência dos recursos, eu acho que essa foi a grande vergonha da câmara, como vereadora eu teria o maior orgulho se nós pudermos evoluir nessa questão da transparência no município já teria valido o ano. Principalmente por que nossa cidade é muito carente em mecanismos de controle social, por exemplo o site da prefeitura é completamente inoperante, o mural da prefeitura que tem cópias do contrato, algumas questões que são colocadas por exigência legal, mais que não favorece o acesso. Não temos tido audiências públicas em nosso município. Ainda tentaremos apresentar como forma de iniciativa popular. Algumas pessoas estão interessadas no projeto e se dispuseram a contribuir na coleta de assinaturas. É necessário a assinatura de pelo menos 5% dos eleitores para apresentar dessa forma.


LV: Você acha que por ser jornalista e ter um senso crítico mais apurado, isso provoca nos outros vereadores essa ira quando lhe criticam?

Cassiana Tormin: Eu acho que por eu ser uma vereadora de oposição, querendo ou não eu me destaco. Sou sempre eu que contraponho os assuntos, não me esquivo de discutir os projetos, todo o projeto que entra em votação eu faço uma colocação, alguns vereadores acham que eu sou encrenqueira demais, que eu gosto de aparecer, que eu sou politiqueira, mas esse é o meu papel de oposição e eu vou falar mesmo. As pessoas que estão acompanhando vêem, e eu vou agradar ou não alguns. Não sei se é um pouco de ciúme, ou o calor político mesmo, alguns não sabem lidar com isso, ficam com raiva.


LV: Nesse semestre, o que você tem preparado para apresentar como projetos, requerimentos?

Cassiana Tormin: Eu estou preparando alguns projetos. Em relação as receitas médicas, hoje já existe uma lei que exige as receitas médicas legíveis, eu estou preparando uma para que as receitas sejam digitadas. Eu estou terminando um estudo sobre as calçadas para a regulação do uso após o expediente, aqui isso já acontece mais é necessário uma lei para colocar alguns limites, é preciso pois existem algumas aberrações na cidade, a pessoa usa, constroem calçada com rampas irregulares, degraus, materiais de construção, mercadorias e esse projeto eu quero apresentar logo. Estamos discutindo a questão do transporte público coletivo municipal, acho que é uma coisa que precisa marcar o segundo semestre. Estamos providenciando uma audiência pública, já apresentei um requerimento para realizar essa audiência, o requerimento foi aprovado mais não se moveu uma palha para realizá-lo, na verdade estão enrolando para ver se essa audiência não sai, mais vai sair sim. Minha briga é para abrir licitação para as empresas de ônibus, agente cobra tanto pela a licitação na questão da Anapolina e precisamos olhar pro nosso quintal e cuidar do nosso transporte. A ANTT disse que no mês de outubro será realizada a licitação para a linha interestadual e eu estou cobrando a quebra de monopólio.

LV: Apesar de ser oposição, você nota o que o executivo têm realizado na cidade. Como você avalia esse inicio do segundo mandato do prefeito Dr° Célio?

Cassiana Tormin: O primeiro mandato dele foi muito movimentado no sentido de obras, essa questão do asfalto do centro da cidade, que eu acho que é completamente equivocado como por exemplo, tirar os bloquetes e está acontecendo de novo nessa avenida próximo à prefeitura, eu acho que não é por ai, sou contra. O que me parece é que existe uma necessidade de deixar uma marca na cidade, como é o caso da rua Dr° João Teixeira que virou avenida, eu sou contra, a avenida ficou bonita, iluminada com os postes no meio do canteiro, mais completamente travada, fez muito mal ao trânsito. No primeiro mandato dele veio muito recurso do ministério da integração e das cidades para fazer asfalto, então houve muita ampliação nesse sentido. Essa obra do centro de convenções e o hospital do Ingá, eu também questiono pois eu não faria esse centro de convenções aqui, eu acho que o município têm que ter espaços para a cultura, de eventos, mais aqui eu faria uma restauração do mercado municipal que eu acho que era um patrimônio histórico nosso também. O centro cultural eu faria em outro lugar, até pela questão de trânsito mesmo, o centro da cidade já está engessado, se você faz um evento aqui não têm nem lugar para estacionar. Então nessa questão da mobilidade urbana, o governo têm deixado muito a desejar. Talvez por essa necessidade de mostrar serviço, de desmanchar para colocar uma coisa nova no lugar, pra dizer que fez isso aqui fui eu. Acho que ainda têm muitos problemas na área social, tenho todo o bom senso para reconhecer que não é só um problema de Luziânia, mais na saúde acho que Luziânia retrocedeu demais, o Cais por exemplo que era um centro de saúde que funcionava perfeitamente, a própria população dizia isso, funcionava o pronto atendimento, hoje não funciona mais. Postos de saúde da família, os que estão funcionando funcionam mal, agora mesmo recebi reclamação que no Sol Nascente o médico que atendia lá saiu, foi substituída a diretora e está um caos, os moradores todos reclamando. O posto de saúde do Santa Fé não têm médico. Reclamação do PED III. Está critica a questão da saúde. Na área social eu acho muito assistencialista, eu acho ridícula essa fila que vem de gente pra pedir pro prefeito. Na segunda feira passada, mulher com criança de colo, cedinho na fila para pegar uma senha pra pedir um material de construção, par pedir uma cesta básica, pra pedir uma consulta, eu acho que isso não é papel de prefeito não, têm que descentralizar. Que ótimo que a prefeitura tem condições de doar materiais de construção para as pessoas que precisam, mais tem que ser uma coisa criteriosa, fazer pela promoção social, fazer uma coisa democrática, que todo mundo possa participar e que seja justa. Pelo crescimento da cidade essas são coisas que temos que superar, Luziânia está em expansão, é uma cidade promissora, a economia está quebrando recordes na produção de grãos, tem as suas industrias, tem uma localização privilegiada perto do Distrito Federal, mais ainda temos que evoluir em algumas questões. Precisamos de um plano de desenvolvimento sustentável urgentemente para a cidade. A questão de meio ambiente merece nossa atenção. Um problema muito sério que temos na cidade é a centralização da mídia, dos veículos de comunicação, a própria emissora de televisão que temos ela não é imparcial, ela tem uma fatia muito grande de publicidade da prefeitura, os moradores reclamam que chamam a reportagem, eles chegam a filmar mais não passa, é uma tv que passa questões que não dizem tanto respeito a vida da população. Queria dizer em relação aos jornais que circulam aqui no município, eu sou perseguida, excluída, digamos assim, no inicio houveram algumas criticas sobre a minha atuação. Eu fiz um pronunciamento logo no inicio do mandato contra um desses jornais que recebe uma verba grande de publicidade da câmara, que no caso do jornal O mensageiro é R$ 77.000,00 reais por ano, dá mais de R$6.000,00 reais por mês de verba publicitária de um jornal que é quinzenal e é completamente alinhado ao governo. Isso é completamente antidemocrático e autoritário. Em pleno século XXI não tem cabimento uma coisa dessas. Então existem algumas coisas que precisam ser corrigidas.


LV: 2010 é ano eleitoral, o que o seu partido o PT está preparando para as eleições em âmbito municipal?

Cassiana Tormin: Em principio temos o nome do Didi Viana como pré candidato a deputado estadual, ele é uma liderança que a gente precisa considerar, teve um crescimento na sua campanha para prefeito. Nós somos muito procurados pela população, pois tem o eleitorado que confia, que cobra, que quer ver o PT conquistando uma posição. É uma candidatura que não só por uma questão partidária, mais pra dar uma resposta mesmo, o partido conquistar seu espaço. Em nível estadual existe a possibilidade do PT se aliar ao PMDB ou ao PP, inclusive o presidente Lula esteve em Goiânia e já aumentou as especulações a respeito das campanhas para o estado e a nível nacional.


LV: Que nota você daria para esses primeiros meses de mandato como vereadora em Luziânia?

Cassiana Tormin: (Risos) Depende do ponto de vista. Em termos de dedicação, eu tenho me dedicado muito. Estudo muito. Cada projeto eu faço questão de analisar. Me esforço em atender ao máximo as reivindicações que são infinitas. Pelo meu esforço eu diria que tenho média azul.

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